terça-feira, 29 de maio de 2012

Sylvester Stallone e Rodrigo Nogueira Minotauro

Entrevista com Junior Cigano

Junior Cigano
Por Eduardo Ferreira
Junior Cigano se tornou campeão do UFC em novembro do ano passado e manteve o título no sábado, ao nocautear Frank Mir, pelo UFC 146, realizado em Las Vegas. Com mais uma meta cumprida, o atleta do Brasil prefere não escolher nomes para seu próximo compromisso, que pode ser uma revanche contra Cain Velasquez, mas traça algumas metas, como bater um recorde na categoria. Em entrevista exclusiva, o catarinense afirmou que está preparado para quem o UFC colocar em seu caminho. Confira abaixo:
                  
Vitória incontestável. Te surpreendeu ter ido para o segundo round?

Não, ao contrário. Eu achei que ia mesmo porque a gente sabe o quão duro o Frank Mir é, o quão bom ele é no Jiu-Jitsu. Ele embola a luta, mas é perigoso porque pode finalizar. Eu estava esperando isso mesmo: manter a minha distância no primeiro round, dar uma cansada nele e, no segundo round, tentar nocautear. Essa era a minha estratégia e, graças a Deus, deu certo.

Ele bateu o Minotauro duas vezes. Como você estava quanto a isso? Tem um gosto especial?

Eu não tenho isso na minha cabeça. Sou um cara muito positivo, gosto de coisas boas e eu acho que é por isso que tenho coisas boas na minha vida. Isso é um esporte. O que aconteceu foi que ele soube aproveitar o momento na luta contra o Minotauro, saiu para a guilhotina e foi mérito dele (Mir), que soube pegar um momento bom. Com certeza, o Minotauro não queria que eu tomasse isso como uma vingança. Ele, além de ser um atleta maravilhoso, é uma pessoa maravilhosa. Tenho certeza de que ele está trabalhando muito duro agora. Isso é um esporte. A gente não está aqui para lutar por alguma coisa pessoal, pelo menos para mim. Eu estou aqui pra defender o meu cinturão, não interessa quem seja, e tentar fazer o meu melhor para continuar vivendo coisas boas.

Você fez a primeira defesa. No máximo, o Brock Lesnar e o Randy Couture defenderam duas vezes o cinturão dos pesados. Como está a sua cabeça? Como fazer para ficar com ele muito tempo?

Mais uma e eu bato o recorde. Se Deus quiser, vai acontecer. Eu quero ficar com esse cinturão por muito tempo e eu vou. Estou trabalhando duro. Esse foi o camp mais duro que eu fiz na minha carreira, tive muitas pessoas boas me ajudando: Everton Teixeira, um cara duríssimo. O negão é sinistro (risos). O Glauber, o Caião, do Jiu-Jitsu, Paulão, o Lula. A Champion em peso me ajudando. O Rodrigo Artilheiro no Wrestling. Eu gosto de pessoas boas ao meu redor. Por isso que o professor Dórea é o meu principal treinador, o Yuri Carlton foi a pessoa que me descobriu e está ao meu lado até hoje. São pessoas maravilhosas e que tratam todo mundo muito bem. O André Piccoli, que é um grandão que parece uma moça (risos). Gente boa demais, então é isso que eu quero perto de mim: uma energia boa.

A próxima luta deve ser com o Velasquez. Como está a sua cabeça para isso?

Vamos nessa. Eu acho que não importa quem vai ser o meu próximo oponente. O UFC que decide isso e, seja quem for, eu vou estar preparado para dar o meu melhor e manter esse cinturão por mais tempo.

Você pensa em enfrentar o Overeem depois de tudo que aconteceu?

Eu não penso em enfrentar ninguém. O Overeem está pagando por estar usando drogas. Se ele continuar usando drogas, espero que mantenham ele bem longe. Se ele não usar e voltar a lutar, numa luta mais justa para todos nós, pesos pesados que não usamos nada disso, que seja bem vindo. Se, um dia, o UFC colocar uma luta com ele, vou fazer o meu melhor pra bater nele.

Qual foi o momento mais especial: quando você conquistou ou essa primeira manutenção de título?

Eu acho que a conquista. Foi muito grandiosa na minha vida porque eu estava em um momento muito frustrante, sentindo que não estava 100% e Deus foi muito bom comigo. O resultado foi perfeito. A defesa é muito importante, mas a conquista do cinturão foi demais.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Médico de Belfort rebate declaração de Wand

Médico de Belfort rebate declaração de Wand

Foto UFC

As críticas de Wanderlei Silva endereçadas a Vitor Belfort, nesta segunda-feira, via Twitter, não passaram despercebidas pelo doutor Michael Simoni, médico particular do “Fenômeno”. Por meio de sua conta no microblog, o ortopedista rebateu a declaração do “Cachorro Louco”, de que o rival estaria fugindo da revanche por, supostamente, fingir uma lesão.

“Caro Wanderlei, tenha a elegância de não misturar as bolas. Sugerir que a lesão do Vitor não existiu é desconfiar da minha ética profissional”, disse Simoni, que prosseguiu.

“Wanderlei, nada tenho a ver com a rivalidade de vocês dois, mas posso assegurar que se tivesse acontecido com você , estaria tão incapaz quanto ele”.

O reencontro entre os treinadores do TUF Brasil estava marcado para o UFC BH, dia 23 de junho. Com a lesão de Belfort, que machucou a mão, Wanderlei será mantido no card, mas não tem adversário definido. FONTE : TATAME

Anderson sente joelho

Anderson sente joelho, mas não adiará luta

Colaboração Gabriel Cabral
Foto UFC

Campeão dos pesos médios do UFC, Anderson Silva foi homenageado pela Confederação Brasileira de Taekwondo nesta segunda-feira, e deu uma notícia que promete deixar os fãs – e a cúpula do UFC apreensiva.

À imprensa, o lutador revelou que machucou o joelho durante os treinos de trocação, e que será submetido a exames ainda hoje para constatar a gravidade da lesão. Apesar do susto, o campeão não mancou durante toda a cerimônia, e se mostrou otimista quanto à recuperação.

Anderson tem luta marcada no UFC 148, quando enfrenta Chael Sonnen, em combate válido pelo cinturão dos pesos médios.

A lesão do campeão cairia como uma bomba no colo do UFC, que já precisa se mexer para conseguir um substituto para Vitor Belfort, que fraturou a mão e está fora da luta contra Wanderlei Silva, 15 dias antes.

ATUALIZAÇÃO: Pelo Twitter, Anderson Silva acalmou os fãs. "Gente, meu joelho vai muito bem, obrigado! Fiquem tranquilos, dia 7 de julho estarei cumprindo meu trabalho", escreveu o campeão.

‘Fanfarrão’

Wand critica amadorismo de rival: ‘Fanfarrão’


Wanderlei Silva utilizou sua conta no Twitter para comentar a lesão de Vitor Belfort, que machucou a mão e está fora da revanche, programada para 23 de junho, em Belo Horizonte. O “Cachorro Louco” não economizou nas palavras e disparou duras críticas ao rival, chamado de fanfarrão e de amador. “Com uma mão só (risos)? O senhor é um fanfarrão. Somos profissionais. É um grande irresponsabilidade não ter cuidado nos treinos, um grande desrespeito com os fãs. Fiquei muito triste com tudo isso. Estou pronto para te nocautear, mas não tem para onde correr. Essa luta vai ter que acontecer.  Eu acho que amarelou para mim mesmo. Ninguém treina tão duro assim ao ponto de socar tão forte. Usamos os melhores equipamentos, luvas, gel, bandagem”, afirmou o treinador do time azul do TUF, que continuou. “Se estava com medo, não aceitasse a luta. Se quebrou de verdade, muito amadorismo, se não quebrou, arregou. Nas duas, é muito desrespeito, falta de responsabilidade com o público. Estou, com o perdão da palavra, puto com esse amadorismo. Um main event no maior evento do mundo e o cara me dá uma dessas”. Sem endereçar a mensagem diretamente para Wanderlei, Vitor Belfort escreveu que sua luta agora é contra a lesão. "O desequilíbrio emocional de uma pessoa revela seus medos. Agradeço o carinho de vocês (fãs) e dos meus patrocinadores. Confiança não é arrogância. Permaneço confiante e mantenho meu respeito com meu adversário, pois agora minha luta é contra minha lesão", disse Belfort.


Dórea: “Cigano não pensou em vingança, teve que ser frio. Mas foi especial pra mim”


Dórea: “Cigano não pensou em vingança, teve que ser frio. Mas foi especial pra mim”

  Gleidson Venga, direto de Las Vegas (EUA)
Foto: Gleidson Venga
Dórea esteve no corner de Cigano
Dórea esteve no corner de Cigano
Júnior Cigano manteve o cinturão dos pesados do UFC após vencer Frank Mir por nocaute técnico, confirmando o favoritismo e mostrando mais uma vez sua qualidade na trocação. Responsável por afiar as mãos do campeão, Luiz Dórea comemorou mais uma vitória segura do pupilo.

“Deu tudo certo. Foram três meses de treinos duros, primeiro para o Overeem, depois para o Mir. Mudamos todo o treinamento, mas ele se adapta muito rápido. Cigano estava seguro na luta”, vibrou o mestre, que avaliou o desempenho do campeão: “Mir tem 115 kg e é muito pesado, Cigano com 108kg e se movimenta rápido. Mir é grande atleta, mas tem seus limites. Sabíamos que iria tentar levar para o chão ou para a grade. Mas Cigano foi mais rápido, com esperávamos”, comemorou.

Dórea confirmou que o campeão na viu o duelo como uma revanche, por Mir ter derrotado Minotauro e ter “falado demais”. Porém, afirmou que para ele, como mestre dos dois brasileiros, a vitória de dos Santos trouxe uma emoção particular.

“Mir teve o que mereceu, falou muito. No octógono não dá para usar a língua, e sim os punhos. Eu nunca iria colocar isso de vingança na cabeça de Cigano, nunca levei para o treino. Lutador tem que ser frio. Mas Cigano e Minotauro são como filhos, e para mim a vitória do Cigano teve sabor especial sim, claro”, confessa Dórea.

Mal terminou a luta, muitos já pediam Cigano x Velasquez II. Dórea reconheceu as qualidades de Cain, mas garantiu que Júnior está pronto para qualquer um: “Cigano nunca escolheu adversário, e não tem luta fácil no UFC. Tem que curtir por enquanto, e aceitar quem o UFC mandar”, afirmou o mestre.

Vitor revela ter pedido para o médico o liberar para luta contra Wanderlei

Vitor revela ter pedido para o médico o liberar para luta contra Wanderlei

  PVT
Foto: Divulgação UFC
Vitor ficade de fora da revanche contra Wand
Vitor ficade de fora da revanche contra Wand
Vitor Belfort lesionou o quarto metacarpo da mão esquerda enquanto treinava no Rio de Janeiro para seu duelo contra Wanderlei Silva. A contusão o afasta dos treinos por quatro semanas, o que impossibilita sua participação no UFC 147, que acontece no dia 23 de junho, em Belo Horizonte. Apesar disso, o Fenômeno disse que tentou convencer o médico a liberá-lo para o combate,

"Foi uma fatalidade, um acidente de trabalho a que todo atleta está sujeito. Estou meio sem acreditar no que aconteceu. Eu até tentei convencer os médicos a me liberarem, mas, no meu caso, seria como se fizessem o Neymar jogar com botas. Não dava. Você treina muito, faz um mega investimento, se dedica ao máximo. O sentimento é de frustração, mas ao mesmo tempo sou um cara de fé. Agora começa a contagem. Minha luta vai ser contra isso agora. Não posso deixar a peteca cair e isso me consumir. Com certeza, isso fará com que eu volte ainda mais forte", declarou Vitor. "Gostaria também de agradecer o apoio de tanta gente, inclusive os meus patrocinadores, que já se manifestaram me dando força", concluiu.

Ao desferir um soco, Vitor sentiu uma forte dor na mão esquerda e, ao tirar a luva e atadura, percebeu que havia uma protuberância exagerada no punho. Levado ao Rio Mar, na Barra da Tijuca, foram feitos exames clínicos e um raio-x, que apontaram o deslocamento do quarto metacarpo.

Constatada a lesão, Vitor passou por uma cirurgia para colocar o osso no lugar, que os médicos chamam de redução com fixação percutânea. Foi instalado um fio metálico na região através da pele da mão do lutador, que será retirado após as quatro semanas de recuperação. Depois, o antebraço do carioca foi imobilizado até a altura do cotovelo.

Segundo o médico ortopedista Michael Simoni, que cuidou desta lesão e já operou o ombro de Vitor em 2009, essa contusão é rara e incomum, mas pode acontecer em treinamentos específicos de boxe e socos.

Simoni explicou como será a recuperação de Vitor. "Ele ficará as próximas quatro semanas imobilizado e fora dos treinos. Assim que passar esse tempo, ele vai tirar o pino metálico que colocamos na mão dele e começará a fisioterapia. Nesse momento, ele estará liberado para fazer qualquer tipo de treinamento que não utilize a mão, especialmente socos. A previsão é de que ele esteja plenamente recuperado daqui a dois meses", afirmou o médico.

Belfort está fora da revanche contra Wand

Belfort está fora da revanche contra Wand

Foto Eduardo Ferreira

Vitor Belfort está fora do UFC BH. O “Fenômeno”, que faria a principal luta do evento, programado para o dia 23 de junho, contra Wanderlei Silva, quebrou a mão e não terá condições de atuar. De acordo com Dana White, presidente da organização, o “Cachorro Louco” está mantido no card, mas ainda não tem oponente definido.

“Não consigo dormir pensando no que aconteceu. Estou muito triste, mas sei que irei voltar forte. Não consigo acreditar ainda no que aconteceu, mas na vida é assim, temos que superar nossos obstáculos. Conto com vocês”, postou o técnico do time verde no Twitter, juntamente com a foto da mão quebrada.

Vitor Belfort e Wanderlei Silva, treinadores da primeira edição do The Ultimate Fighter Brasil, lutaram em 1998 e o primeiro venceu por nocaute, com apenas 44 segundos de combate.FONTE: TATAME

Frank Mir elogia adversário: ‘Ele foi demais’

Foto UFC

Antes de enfrentar Junior Cigano, Frank Mir disse que iria derrotá-lo. Sem cumprir a promessa, o americano, que foi nocauteado no segundo round, na principal luta do UFC 146, deu o braço a torcer e reconheceu a superioridade do atual campeão dos pesos pesados, que teve uma performance fantástica.

“Eu achei que o pegaria de surpresa. Queria que a luta durasse para ver se ele se cansava. Ele foi demais. A maioria dos caras do meu tamanho não se mexem assim. Não tive ninguém para simular esse tipo de velocidade. Dei uns golpes, mas nunca consegui reverter a situação”, disse Mir durante a coletiva de imprensa.

O ex-campeão do Ultimate afirmou ainda que ficou receoso em ir nas pernas do adversário para derrubá-lo.

“Ele é muito rápido, então não seria a vantagem para mim manter a luta em cima. Meu cérebro não processou o primeiro round. Eu só sabia que tinha que vencer três rounds. Eu queria tentar pegá-lo. Na verdade, eu tinha medo do que vinha depois e, se eu abaixasse as minhas mãos, eles iria bater na minha cara. Ele é muito rápido e eu tive que aceitar levar porrada na barriga”.



UFC 146: Cigano domina Frank Mir e segue com o cinturão dos pesados

  Leonardo Fabri

 
O UFC 146, que aconteceu neste sábado, em Las Vegas, ficou marcado na história das artes marciais, não só por possui um card principal repleto de pesos pesados, mas também pelo alto nível técnico de suas lutas. Infelizmente o Brasil sofreu três derrotas no evento, entretanto, conseguiu a vitória no combate mais importante, com Junior Cigano mantendo o cinturão de sua categoria. Destaque também para o gordinho casca grossa Roy Nelson, que voltou a mostrar a força que possui nas mãos.

Estratégia de cansar Mir funciona e Cigano vence sem dificuldades

Junior Cigano entrou no octógono mais famoso do mundo para defender pela primeira vez o cinturão dos pesos pesados do UFC, contra Frank Mir, que vinha de vitórias convincentes, incluindo uma finalização no mentor do campeão, Rodrigo Minotauro.

A luta começou com Junior Cigano mostrando muita tranquilidade e calma. Frank Mir logo tentou derrubar o campeão, mas Cigano mostrou seu bom jogo de defesa de quedas e se manteve em pé. A partir daí, foi dominando o centro do cage com seu boxe de altíssimo nível, com socos na linha de cintura. No fim do primeiro round, Cigano mandou uma chuva de socos em Frank Mir, que sentiu, mas graças ao fim dos primeiros cinco minutos, conseguiu se manter na luta.

O segundo round começou da mesma forma que o primeiro, com Junior Cigano mostrando muita frieza e inteligência. Usando a estratégia de cansar o adversário, o atleta da Champion ficou desferindo jabs na linha de cintura de Mir. Já magoado com a série de golpes sofridos, Frank Mir tomou um soco na boca, que fez com que ele caísse. A partir daí, Cigano ainda deu uns socos e saiu para que aluta voltasse em pé, mas Mir não conseguiu se levantar. Antes de o árbitro interromper, Cigano ainda deu uma popular "moca" em Frank Mir.

Foi a décima quarta vitória de Junior Cigano em sua carreira de quinze lutas. Frank Mir acumulou a sua sexta derrota, e possui um total de vinte e duas lutas.

Após o combate, ainda no cage, Cigano comemorou a vitória, e assim como cansou de dizer antes das lutas, negou qualquer sentimento de vingança pela luta de Mir contra Minotauro, seu mentor. "Rodrigo [Minotauro] é um grande lutador, Frank Mir é um grande lutador, o que aconteceu ficou entre eles. Claro que respeito muito o meu mentor, mas eu vim aqui para defender o meu cinturão, e foi isso que eu consegui", disse o campeão, que ainda mandou um abraço para o Brasil.

Em luta sangrenta, Cain Velásquez supera Pezão

Cain Velásquez entrou no octógono para retomar o caminho da vitória, já que vinha de derrota para Junior Cigano. Nos primeiros segundos de combate, Pezão calculou mal um chute e foi derrubado facilmente pelo ex-campeão. Bastante confortável no chão, Velásquez acertou uma brutal cotovelada em Antônio Pezão, que fez com que abrisse um corte acima do olho do brasileiro. A ferida ocasionou um sangramento abundante, que atrapalhou a visão de Pezão. O árbitro até chegou a interromper o combate para limpar o sangue do lutador, mas quando os dois voltaram para a ação, o melado voltou a descer. Sem saber de onde vinham os golpes, Pezão ficou sem defesa e o árbitro interrompeu a luta.

Foi a décima vitória de Cain Velásquez na carreira, a nona por nocaute, mesmo que técnico. Já Antônio Pezão, que fazia sua estreia no Ultimate, sofreu a sua segunda derrota seguida, pois vinha de um nocaute sofrido para Daniel Cormier quando lutava no Strikeforce.

Após a luta, Cain Velásquez comemorou, mas disse estar tranquilo em relação a uma nova luta por cinturão. "Estou muito contente, o Pezão é um grande lutador, é muito duro. Não sei quando vou ter a oportunidade de lutar pelo cinturão, isso é o UFC que vai decidir. Mas estou pronto".

Roy Nelson "by pedrada"

Um pouco mais leve, com a famosa barriga menor, mas com a força na mão de sempre. Esse foi Roy Nelson na luta contra Dave Herman. Com alguns golpes trocados entre si, os lutadores pareciam que iam fazer uma luta equilibrada, porém, na primeira piscada de Herman, Nelson acertou seu famoso suingue no queixo do adversário, o fazendo cair inconsciente. Big Country chegou ainda a dar mais um golpe, até ser interrompido pelo árbitro.

Roy Nelson chegou a sua décima sexta vitória na carreira e se recuperou da derrota que sofreu para o brasileiro Fabrício Werdum em seu último combate. Já Dave Herman, acumulou a segunda derrota seguida, a terceira na carreira, que ainda possui vinte e uma vitórias.

Com short a lá Cro Cop, Stipe Miocic vence Del Rosário

Com um short que fazia lembrar seu compatriota Mirko Cro Cop, Stipe Miocic começou tomando uns chutes baixos de Shane Del Rosário, mas logo tomou conta do combate, porém não conseguiu tomar proveito de seus bons momentos no primeiro round.

No segundo round, Stipe Miocic veio para decidir na força bruta, e na primeira oportunidade que teve, conseguiu colocar Shane Del Rosário para o solo. Trabalhando bem o ground and pound, o croata desferiu fortíssimas marteladas e cotoveladas no rosto de Rosário, abrindo um hematoma na testa deste, que ficou sem defesa, fazendo com que o árbitro terminasse a luta e declarasse Stipe Miocic vencedor por nocaute técnico. 

Com a vitória, Stip Miocic permanece invicto, com nove vitórias em nove lutas. Já Shane Del Rosário conheceu sua primeira derrota na carreira de MMA, que possui onze vitórias.

Gigante holandês finaliza de forma rápida

A luta começou com Lavar Johnson tomando a iniciativa e levando Stefan Struve para grade. Apesar disso, o holandês foi corajoso e chamou Johnson para guarda, e em um movimento bastante técnico, mostrou sua habilidade no Jiu-Jitsu e pegou o braço do adversário, que não aguentou a pressão e bateu.

Foi a terceira vitória seguida de Stefan Struve, que chegou a décima sexta finalização na carreira de 29 lutas. Lavar Johson havia lutado, e vencido, no último dia 5, quando encarou Pat Barry, e a derrota deste sábado, acumulou o terceiro resultado positivo nas últimas cinco lutas.

Glover estreia com pé direito; Ceará e Edson Jr. são derrotados

No card preliminar, Glover Teixeira estreou com o pé direito e conseguiu finalizar Kyle Kingsbury ainda no primeiro round. Entretanto, Edson Barboza sofreu sua primeira derrota na carreira, para Jamie Varner; E o atual campeão do The Ultimate Fighter, Diego Brandão, foi superado por Darren Elkins. Para conferir os detalhes do card preliminar, clique aqui.

Confira abaixo os resultados do evento:

UFC 146
Las Vegas, Estados Unidos
Sábado, 26 de maio de 2012

Card principal:

Junior Cigano derrotou Frank Mir por nocaute técnico no 2R;
Cain Velasquez derrotou Antônio Pezão por nocaute técnico no 1R;
Roy Nelson nocauteou Dave Herman no 1R;
Stipe Miocic derrotou Shane Del Rosario por nocaute técnico no 2R;
Stefan Struve finalizou Lavar Jonhson com um armlock no 1R;

Card preliminar:

Darren Elkins venceu Diego “Ceará” Brandão por decisão unânime;
Jamie Varner venceu Edson Barboza Júnior por nocaute técnico no 1R;
C.B. Dollaway venceu Jason Miller por decisão unânime;
Dan Hardy venceu Duane Ludwig por nocaute no 1R;
Paul Sass finalizou Jacob Volkmann com triângulo combinado com chave de braço no 1R;
Glover Teixeira finalizou Kyle Kingsbury com katagatame no 1R
Mike Brown venceu Daniel Pineda por decisão unânime;
Stefan Struve finalizou Lavar Johnson com um armlock no 1R;

sábado, 26 de maio de 2012

Treinamento Funcional nas Lutas

Treinamento Funcional nas Lutas

 O método de treino denominado no Brasil de "Treinamento Funcional" (TF), também sinônimo algumas vezes de "CORE" e nos Estados Unidos de "Treinamento Não-Convencional" ou "Alternativo" (tradução livre), de fato, vem ganhando força no dia a dia das academias pelo baixo custo de implantação e forte apelo de marketing e mercadológico.

Contudo, nos últimos anos, o apelo mercadológico tenta abocanhar as Lutas e Artes Marciais, como se o "Treinamento Funcional"(TF) fosse o melhor e mais revolucionário método de preparação física para lutadores. Será que é mesmo?

Em primeiro lugar, é muito complicado designar a prática. Antes, em teoria, se considerava TF apenas os exercícios que pudessem aumentar a funcionalidade do indivíduo em referência ao trabalho almejado. De toda sorte, a caracterização inicial era formatada com base em exercícios realizados em superfícies instáveis ou situação de instabilidade: bola suíça; bosu; unipodal; prancha, etc.

Posteriormente, com a prospecção midiática e comercial da denominação “Treinamento Funcional”, praticamente todos os exercícios “não-convencionais” ampliaram a designação da prática: Kettlebell; Levantamento de Peso Olímpico; Treinamento Suspenso, etc.

Uma das falácias típicas dos propagadores do método no Brasil: a utilização de resistência elástica (ou elásticos) como meio de treinamento nas lutas sempre foi prática comum em rotinas de preparação física de lutadores. A metodologia é denominada pela terminologia tradicional na Educação Física há quase 50 anos como treinamento de/para potência e potência-resistência (dependendo do objetivo). Agora, pasmem, virou Treinamento Funcional.

Recentemente, ocorreu o mesmo com o Levantamento de Peso Olímpico (LPO) no Brasil - que antigamente era denominado de Halterofilismo -, mais uma vez, pasmem, estão designando de TF.

Em suma, a realidade prática no Brasil: TF tornou-se denominação generalizada englobando exercícios considerados "alternativos" ou "não-convencionais" aos tradicionalmente praticados em academias, questionando movimentos de abrir-fechar, puxar-empurrar, etc. (Musculação, principalmente...).

O maior problema é que, inicialmente, quando o método avançou no Brasil, carecia na literatura científica de estudos mais abrangentes comparando alguns dos exercícios propagados com os já tradicionalmente utilizados. Este cenário vêm mudando nos últimos anos. Adiante, apresentaremos alguns indícios.

O que alguns estudos mostram?

Behm et al. (2010), em seu estudo referente ao uso de instabilidade para treinar o CORE (considerada a região central do corpo, composta pela região abdominal, lombar e músculos acessórios e "profundos") comparando atletas e não atletas, concluíram que a ativação do CORE é semelhante ou superior do que a alcançada em condições instáveis, com exercícios de Agachamento, Dead Lift, Arranque e Arremesso.

Afirmaram que a adição de bases instáveis pode diminuir a força, potência, velocidade e amplitude de movimento, não sendo recomendados como meio de treinamento primário para o condicionamento atlético.

Em outro estudo para verificar o uso de instabilidade para treinar o CORE, Behm et al. (2010) concluíram que, embora os dispositivos instáveis fossem eficazes na redução de incidência da dor lombar,não são recomendados como exercícios primários para hipertrofia e resistência muscular, especialmente em atletas treinados.

No estudo realizado para comparar a utilização de Kettlebell versus treinamento com pesos livres, Otto et al. (2012) concluíram que, em curto prazo, o treinamento de força com pesos livres, assim como o kettlebell foram eficazes no aumento de força e potência. No entanto, o ganho de força por meio de exercícios de levantamento de peso foi maior do que com kettlebell.

Treinamento Funcional é funcional para lutadores?

Santaguêda e Santos (2011), resolveram prosseguir com um estudo para comparar um grupo de caratecas submetidos a um programa de treinamento funcional com outro grupo de caratecas submetidos a um programa de treinamento tradicional e, assim, verificar qual dos dois treinamentos seria mais producente para aumentar força e/ou potência em golpes típicos da modalidade.

Os atletas eram faixas marrom ou preta, praticantes regulares com no mínimo 5 anos de prática. Foi realizada análise cinemática para mensurar dados relacionados à velocidade e aceleração linear de punho desses atletas.

Os resultados demonstraram, segundo os autores, que a pesquisa não foi tão conclusiva, pois não houve diferenças entre os grupos tradicional e funcional.

No entanto, os autores afirmaram que tal conclusão pode ter se dado pelo pequeno número de sujeitos que finalizaram o estudo, inviabilizando análise estatística e/ou pelo pouco tempo para aplicação do treino, no qual, não se foi possível atingir boa adaptação neuromuscular para melhor implementação da carga.

Os treinamentos com a terminologia de "Treinamento Funcional" nas lutas seria uma nova proposta no Brasil e no Mundo?

Não! Nas guerras, era utilizado (sem esta denominação na época...) pelos soldados da cidade-estado grega de Esparta desde a antiguidade.

O que ocorre é que a terminologia tradicional na Educação Física classifica os exercícios de específicos e/ou especiais. Agora, pela terceira vez, pasmem, os marketeiros de TF mantiveram as mesmas metodologias, mas passaram a designar, ressignificar e englobar como "Treinamento Funcional".

O que se designa e utiliza como TF, de fato, deveria ser, prioritariamente, apenas resgatar os meios de treinamento esquecidos e largamente utilizados durante décadas por atletas de alto rendimento de países do antigo bloco comunista. Exercícios específicos e especiais que se provaram na prática com elevado índice de sucesso com lutadores campeões regionais, nacionais, mundiais e, principalmente, olímpicos (Platonov & Bulatova, 2003).

Martin Rooney (Rooney, M., 2004; Rooney, M., 2008), em suas viagens para escrever seus dois livros intitulados "Training for Warriors", constatou que, em praticamente todos os continentes, por todas as academias em que visitou de Lutas, Artes Marciais e Modalidades de Combate, os meios de treinamentos mais funcionais e que são utilizados por, aproximadamente, 95% de todos os lutadores campeões são nada mais, nada menos, que os próprios exercícios típicos de lutas.

Viu mais. Constatou que, neste aspecto, o básico era o "pulo do gato", provando gerar elevada adaptação e transferência positiva (quando o exercício aumenta a performance da atividade-alvo) para diversas artes marciais e modalidades esportivas de combate. Dentre elas, em especial para o Jiu-Jítsu e o MMA.

Isto, sim, deve ser classificado como o verdadeiro Treinamento Funcional para Lutadores.

Aquele que observamos constantemente em vídeos no site YouTube, no máximo, poderia ser utilizado e classificado em sua totalidade como "exercícios acessórios" e (se e quando) aplicados, distantes (bem distantes) da data da luta competitiva.

Adiante, podemos observar alguns exercícios específicos (o verdadeiro "Treinamento Funcional" para Lutadores), utilizados na Rússia, Estados Unidos e Japão, respectivamente.


Conclusão

O intuito deste longo artigo foi alertar e instruir aos incautos sobre a "nova onda" e moda de "Treinamento Funcional" e se exercícios em bases instáveis, além de profilaxia e melhora de dor lombar, poderiam ser superiores ou não a outros exercícios especiais e específicos para lutadores, comprovadamente eficazes em décadas de uso.

Portanto, maior discernimento e cuidado ao analisar alguns exercícios utilizados para lutadores e publicados em vídeos no Youtube e, muito mais, no tal "Treinamento Funcional" "marketiado", maquiado e ressignificado no Brasil.

Lembre-se, de acordo com a "ótica positivista", tudo é funcional. Depende para que...


Referências:
1 - Behm et al. Canadian Society for Exercise Physiology position stand: The use of instability to train the core in athletic and nonathletic conditioning. Appl Physiol Nutr Metab. 2010 Feb;35(1):109-12. (2010);
2 - Behm et al. The use of instability to train the core musculature. Appl Physiol Nutr Metab. 2010 Feb;35(1):91-108;
3 - Otto et al. Effects of Weightlifting vs. Kettlebell Training on Vertical Jump, Strength, and Body Composition. 
J Strength Cond Res. 2012 Feb 15;
4 - Platonov, V.; Bulatova, M. A preparação física. Rio de Janeiro: Editora Sprint, 2003;
5 - Rooney, M. Training for Warriors: the team Renzo Gracie workout. 1.ª edição. New Jersey: Publicado pelo autor, 2004;
6 - Rooney, M. Training for Warriors: the Ultimate Mixed Martial Arts Workout. 1.a edição. New York: Harper Collins Publishers, 2008;
7 - Santaguêda e Santos. 
Alterações cinemáticas do guyaku tsuky induzidas por um programa específico de treinamento funcional. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 163, Diciembre de 2011.

**Por Leandro Paiva - Colaborador especial da TATAME, autor do livro Pronto Pra Guerra, mantém um Blog diário e possui um canal de TV abordando todos os aspectos da preparação de lutadores.FONTE TATAME


sexta-feira, 25 de maio de 2012


Entrevista com Junior Cigano

Por Eduardo Ferreira, direto de Las Vegas
Junior Cigano colocará seu título em jogo pela primeira vez neste sábado, em Las Vegas, contra Frank Mir. Esbanjando confiança, o peso pesado conversou com a imprensa e, entre outros assuntos, explicou porquê não considera Frank Mir um homem de verdade. Confira:

Como você está se sentindo com essa defesa de título?

É uma coisa muito importante para mim. Na verdade, eu trabalho duro todos os dias para que eu possa viver isso e acho que você é reconhecido pelo trabalho que faz.

Você falou algumas coisas sobre o Frank Mir, sobre ele não ser um homem de verdade, coisa que você nunca fez antes. É algo novo em você?

Não. Eu não estava querendo falar coisas ruins dele, só estava dando a minha opinião. No Brasil, a gente fala “ele não é homem”. Não tenho nada pessoal contra ele, nem o conheço direito, mas estava dizendo que ele não sabe se comportar quando está vivendo uma situação ruim, ele não tem o coração para escapar e se recuperar de uma situação dessas. Foi isso que eu disse. Fora isso, ele é bom quando está numa situação favorável na luta.

Você estava treinando com uma criança. Quem é esse garoto, o Breno?

Eu sou próximo de toda a criançada na academia no Brasil. Nós somos uma família. Eu o vejo treinar e acho que ele quer ser um lutador. Quando eu era criança, eu costumava assistir aulas de Judô e pensar que queria fazer aquilo um dia. Eu acho que é o mesmo pra mim. Ele é uma criança engraçada, muito legal, e mora perto da academia. Essa oportunidade é inesquecível para ele.

E isso explica por que uma criança pobre como ele quer ser um lutador.

Eu acho que ele realmente gosta disso. Eu estava comentando sobre a viagem, o voo e essas coisas. Tudo era novo para ele, sua mãe e irmão. Foi bom pra eles. Não só para ele, mas para a família toda. Ele está realmente aproveitando. Ele gosta de brincar o tempo todo e você percebe isso quando ele treina. Ele brinca com todos os lutadores. É uma boa criança.

Os fãs gostam muito de você por aqui, que é a casa do Frank Mir...

Estou muito feliz que as pessoas gostem de mim. É isso que eu quero: ser reconhecido por causa do trabalho duro que faço. No Brasil, o esporte está em um ótimo momento agora, mas aqui, especialmente em Las Vegas, as pessoas veem muito e eu espero que elas torçam para mim. Eu sei que aqui é a cidade natal do Frank Mir, mas tenho certeza de que muitas pessoas torcerão para mim.

Parece que é difícil um peso pesado manter o cinturão. Eles ganham, mas ninguém mantém.

A nossa categoria é a mais perigosa no esporte porque quando um soco acerta a sua cara ou corpo, você cai. É muito poder envolvido e eu acho que é muito difícil. Às vezes você tem um favorito para a luta, mas não importa nos pesos pesados porque nós somos muito fortes (risos).

Você alegava que queria isso há um bom tempo. Como começou a sentir isso?

Eu sempre quero o melhor para mim. Meu sonho era me tornar o campeão e agora eu sou campeão, graças a Deus. Quando você alcança os seus sonhos, você cria sonhos maiores. Agora eu tenho sonhos maiores e quero manter esse cinturão por um tempão e ser o campeão dos pesos pesados, fazer parte da história da categoria.

O Frank Mir tem um grande nome e é um ex-campeão. Você fica feliz em encarar alguém tão reconhecido como ele?

Sim. Eu não me importo em quem é o meu oponente, eu só quero defender meu título. O Frank Mir é muito perigoso porque ele é muito bom no chão e tem boas habilidades na trocação. Vai ser um bom desafio para mim. Eu não me importo com quem é meu adversário, mas eu espero que ele jogue limpo, assim como eu.

Você acredita que vai ser mais reconhecido, caso o vença?

Não penso nesse tipo de coisa. Eu só quero vencer. Eu não me importo com oponentes, como eu disse. Ele é um grande lutador e tem uma grande carreira. O Alistair Overeem também tem uma excelente carreira, então se eu lutasse com o Overeem também seria ótimo, um bom teste para as minha habilidades na trocação. Agora o desafio é o Frank Mir e estou pronto para batê-lo.

Você acha que ser campeão demanda muito dos atletas?

Essa é a parte difícil.

Pesagem: Cigano promete nocaute rápido

Pesagem: Cigano promete nocaute rápido

Foto UFC

O último encontro de Junior Cigano e Frank Mir antes do UFC 146, no sábado, em Las Vegas, se deu nesta sexta-feira, durante a pesagem oficial do evento. Os atletas, que travam o principal duelo do card, válido pelo cinturão dos pesos pesados, se encararam de forma amistosa. Nenhum dos envolvidos no show se apresentou acima do peso.

Após deixar a balança, Cigano, entrevistado por Joe Rogan, que vestia uma camisa com a inscrição Academia Gracie Jiu-Jitsu, prometeu despachar o americano, no máximo, no segundo round.

“Se ele não estiver preparado, será uma luta rápida. Vou nocautear no segundo round”, prometeu o catarinense.

Para Frank Mir, o confronto também será breve e ele descartou sofrer pressão extra por lutar com o pupilo de Rodrigo Minotauro, a quem finalizou no ano passado.

“Será uma luta rápida e explosiva”, declarou o ex-campeão do Ultimate.

Protagonistas do co-main event, Cain Velasquez e Antônio Pezão não chegaram a se encostar durante a encarada, mas não faltou “cara de mau” de ambas as partes, dando uma prévia do que poderá acontecer neste sábado.

Diego Brandão, Glover Teixeira e Edson Junior, os outros brasileiros em ação, foram discretos e não atraíram os holofotes. Diferentemente do trio, Kyle Kingsbury, adversário de Glover, subiu no palco com uma justa camisa rosa estampada com o personagem Snoopy, short apertado e pochete. Não menos chamativo, Jason Miller, com um rádio cor de rosa e plumas, arrancou risadas do público.

CARD COMPLETO (sujeito a modificações):

UFC 146
Las Vegas, Estados Unidos
Sábado, 26 de maio de 2012

Card principal:
Junior Cigano enfrentará Frank Mir;
- Cain Velasquez enfrentará Antônio Pezão;
- Dave Herman enfrentará Roy Nelson;
- Shane Del Rosario enfrentará Stipe Miocic;
- Lavar Johnson enfrentará Stefan Struve;

Card preliminar:
- Darren Elkins enfrentará Diego Brandão;
Edson Barboza enfrentará Jamie Varner;
- Jason Miller enfrentará C.B. Dollaway;
- Jacob Volkmann enfrentará Paul Sass;
- Dan Hardy enfrentará Duane Ludwig;
- Kyle Kingsbury enfrentará Glover Teixeira;
- Mike Brown enfrentará Daniel Pineda.
FONTE: TATAME


quinta-feira, 24 de maio de 2012

Brasil pode sediar até 10 UFCs em 2013

Brasil pode sediar até 10 UFCs em 2013

Reportagem e foto Eduardo Ferreira, direto de Las Vegas

Presidente do UFC, Dana White recebeu a imprensa brasileira em Las Vegas, após os treinos abertos do UFC 146, e abriu o jogo sobre os planos da organização para o futuro. No bate-papo sem censura, que você confere abaixo, o mandachuva falou sobre a possibilidade de Anderson Silva se tornar um dos treinadores do TUF, as próximas lutas do UFC, a conversa que teve com Jon Jones sobre sua prisão por dirigir alcoolizado e, entre outros assuntos, a possibilidade de o Brasil sediar 10 edições do UFC em 2013. Confira:

Sobre o TUF Brasil:

O Brasil é uma mina de ouro de talentos e vem sendo assim desde o começo do MMA. Espero que a gente melhore a cada temporada, seja no Brasil, na Inglaterra ou mesmo nos Estados Unidos. Temos vários planos para o Brasil.

Sobre as edições do UFC no Brasil:

Estamos planejando o que vamos fazer até 2017. Nós temos grandes planos para lá. Vamos criar uma grande estrutura e vamos levar a sério. Nós apenas começamos e olha como isso cresceu rápido. Está na hora de levarmos a sério o UFC no Brasil.

Sobre Belfort x Wanderlei:

Obviamente é uma luta que os fãs querem ver há muito tempo. Dois dos melhores caras na categoria 93kg de todos os tempos. É uma grande rivalidade e vamos ver o desfecho. As pessoas no Brasil ficavam divididas entre o Wanderlei ou o Vitor serem treinadores melhores. Eles gostam mais de um do que do outro.

Sobre lutas entre amigos:

A gente tem isso em camps aqui, quando amigos ficam no mesmo camp, mas, pelo que eu vejo, é bobagem. A gente tem um cara como o Greg Jackson. Ele é um cara legal, tem um time bom e tudo mais, mas, no fim do dia, ele é um homem de negócios. Ele tem uns caras como o Rashad Evans e o Jon Jones na mesma categoria. Se ele puder manter esses caras sem lutar e manter vários caras na mesma categoria, ele faz muito dinheiro, mas não funciona assim nesse negócio e em nenhum outro negócio de luta. Amigos lutam entre si. O Jon Jones e o Rashad Evans treinaram juntos, mas será que eles realmente são amigos? Eles querem ser campeões. Se vocês são os dois melhores do mundo, eu quero que vocês lutem. É como dizer que dois times de futebol não vão se enfrentar porque são amigos. Não faz sentido. Eu sei que é uma coisa cultural no Brasil, mas é besteira. Eu tenho que concordar com o Vitor.

Você sabe quem é o Rory McDonald? Ele é o próximo GSP. Sabe quem o treina? O GSP. Ele disse que nunca lutaria com o GSP. Mas eu disse: “se você visse a sua conta bancária, você lutaria (risos). Você cairia na porrada com ele”. Você treina com os melhores do mundo para que um dia você seja um. Sabe o Larry Holmes, o boxeador? Ele era companheiro de treino do Muhammad Ali. Ele acabou batendo no Muhammad Ali. Ele tinha que fazer isso.

E, se ele não quiser, o que você vai fazer? Você vai ser o número dois, três do mundo enquanto o seu amigo ganha dinheiro e ganha tudo que vem com o título? Você está no negócio errado. Esse não é o negócio de amigos, isso é o negócio da luta. Se você é bom assim e você gosta de alguém na sua categoria, provavelmente você vai ter que lutar com ele, mas não significa que você o odeie, desgoste dele ou não possa ser amigo. Vocês vão competir para ver quem é o melhor do mundo. Se você é, vão lutar e continuarão sendo amigos.

Sobre Cigano x Mir:

O Mir vem de uma sequência de vitórias e é o outro cara que merece a chance pelo cinturão, além do Alistair (Overeem). Mas sim, seria bom ter uma revanche. Existe uma história entre esses caras, mas ele bateu o Nogueira duas vezes e ele é o próximo na linha pelo cinturão. Todo mundo dessa sala acha que o Junior dos Santos vai passar o carro no Mir, mas, quando você pensa direito, o Mir está no UFC há 11 anos. Ele nunca foi cortado ou foi lutar em outras organizações e depois voltou. O Frank Mir foi duas vezes campeão dos pesos pesados. Toda vez que alguém o tira de lá, ele vai e vence de novo. É uma daquelas lutas interessantes porque nunca vimos o Junior dos Santos no chão. Toda vez que ele vai para o chão, ele se levanta imediatamente e nocauteia as pessoas. É uma daquelas lutas interessantes que nunca se sabe. O Nogueira achou que ia nocautear na última luta, mas acabou indo para o chão e perdeu por finalização. Uma coisa que é fato para o Mir é que se você for para o chão com ele, ele vai agarrar alguma coisa e ele realmente faz isso. Vai ser interessante. Sabe aquela história da criança que queria vir para a América? Agora ele vai vir.

Sobre Anderson x Sonnen:

Eu espero recorde de pay-per-view para Anderson e Chael. Vai ser uma luta monstruosa, mas espero que essa (Cigano x Mir) também bata recordes.

Sobre o UFC no México:

A gente está trabalhando no México há muito tempo. Quando a gente começou isso, achei que o evento seria sucesso nos Estados Unidos, México e Inglaterra, porque são países de tradição na luta por causa do Boxe. Estamos trabalhando nisso. O México é mais difícil de entrar do que imaginávamos. Queremos fazer na Cidade do México, mas caiu no último minuto. Estamos trabalhando na América Latina toda, incluindo no México. Obviamente, estamos focando no Brasil.

Sobre o UFC em um estádio de futebol:

Sabemos o que a América do Sul está fazendo e o que ela é capaz de fazer, então é uma questão de executar e fazer o que tivermos que fazer. Temos que criar um escritório lá, da mesma forma que aconteceu com o Canadá. Se você olhar o que aconteceu com o Canadá e olhar o que vem acontecendo com o Brasil, vamos replicar na América do Sul da maneira que fizemos no Canadá. O legal é que nos países existe rivalidade e é perfeito para a luta. No Canadá fizemos o nosso primeiro evento em um estádio e fizemos isso com um grande evento. O modelo canadense é o que está acontecendo no Brasil e, com o evento certo, podemos lotar um estádio de futebol. A gente tinha, íamos fazer, mas não funcionou. Tem que ser a luta certa.

Sobre Anderson x GSP:

Isso seria enorme no Brasil ou no Canadá, em qualquer lugar. Você nunca sabe.

Sobre outro UFC Brasil esse ano:

Eu não vou dizer que não. Não sei. Tem que ser a luta certa.

Sobre os planos do UFC no Brasil em 2012:

Até dez.

Sobre a luta do Fábio Maldonado:

É uma daquelas coisas que você tem que fazer quando você sabe que os juízes são ruins. Você não pode deixar para eles. Você tem que fazer tudo que puder para ganhar a luta.

Sobre o futuro do MMA:

A gente planeja as coisas em blocos de cinco anos. A gente tem planos para tudo que fazemos. Estamos trabalhando hoje na América do Sul, principalmente no Brasil. Olhamos para os mercados que são os mais importantes para nós ou tem mais potencial. Afora o Brasil, o maior é a Ásia, no qual estamos trabalhando duro agora. Todo mundo está aqui para essas reuniões e vamos país por país vendo o que faz sentido, o que precisa ser feito, como você faz e é nisso que estamos trabalhando.

Sobre uma edição do TUF ao vivo no Brasil:

Sim, é possível. Temos que ver como as coisas andam lá. Fizemos 15 temporadas do TUF aqui e há muita coisa acontecendo aqui agora. Estou tentando consertar aqui agora. O Brasil está indo otimamente bem.

Sobre Glover Teixeira e Diego Brandão:

Estou animado pelo Diego, obviamente. Ele pode virar uma estrela. Ele é explosivo. O Barboza também. Acabei de tuitar um vídeo de seu último nocaute. Como eu disse, vai ter toneladas de caras talentosos vindo do Brasil. Quem sabe? É tão louco que você pode ter um brasileiro como campeão de cada categoria, ou pelo menos um cara que é o candidato número um. Há tanto talento saindo de lá.

Sobre Anderson Silva de treinador do TUF:

Vocês gostam de drama, não é? Ele é a maior estrela brasileira no UFC.

Sobre Jon Jones:

A gente encontrou com ele ontem há noite. O Jon Jones tem 24 anos, uma tonelada de dinheiro, é incrivelmente famoso e aconteceu tudo muito rápido. Ele cometeu erros. Ele teve muita sorte que ninguém saiu ferido nessa. Mas, de novo, é uma daquelas situação que ele vai ter que aprender com isso. A partir de agora, ele vai descobrir do que isso se trata e o que acontece. Se as pessoas realmente acreditassem que você consegue controlar 400 caras que vivem ao redor do mundo... Juro que as expectativas de vocês são muito altas (risos). Para nós, controlar 400 lutadores que moram espalhados do mundo... Fazemos o melhor que podemos e, no final do dia, você tem que lembrar que está lidando com seres humanos também. Você está lidando com um garoto de 24 anos que comete erros. Vamos ser sinceros: todo mundo sabe que não deve beber e dirigir. É a coisa mais burra do mundo que você pode fazer. Leva dois segundos para entrar num taxi, ligar para alguém ou dormir no sofá. Eu não me importo com o que você faça, mas não entre no seu carro bêbado e dirija. Não faça isso. Mas, quantas pessoas não entraram no carro e dirigiram bêbadas para casa quando eram mais novas? Talvez, se você falar com cem pessoas, duas pessoas nunca fizeram porque não bebem ou algo assim. Todo mundo já cometeu esse erro e no dia seguinte você agradece a Deus por nada ter acontecido. Bom, o Jon Jones chegou perto de alguma coisa acontecer, alguma coisa muito ruim. Na conversa que eu tive com ele ontem, eu vi que ele sabe o que fez, está apavorado por isso. Eu tenho que manter esses caras na academia treinando (risos). Eu vou fazer mais eventos ano que vem para mantê-los ocupados (risos).

Todo dia eu acordo e alguém fez alguma idiotice. Eu não quero parecer insensível, mas quando o seu produto é um ser humano, você terá vários problemas. Pensa no seu dia a dia. É o jeito que acontece. Você os coloca em pedestais, mas eles são que nem nós. Eles têm problemas, contas para pagar, briga com namoradas, não importa. Eles têm problemas também. A gente lida com todos esses caras e todas essas situações e adivinha: vocês veem o que é público e é isso. Vocês não sabem de nada. Vocês só veem o que está solto por aí. O Jon Jones bateu com o carro na árvore, mas tem muita coisa que vocês não ouvem e nós temos que lidar todo dia. Todo mundo tem problemas. Imagina ter 400 pessoas e lidar com todos os seus problemas, além de seus egos. Você tem os problemas e os egos e tudo mais que vem com isso. É um negócio difícil e não é todo mundo que aguentaria se envolver no esporte e manter tudo junto. Todo cara acha vale 300 milhões de dólares, todos acham que são o melhor e que devem ser postos para lutar antes, todos acham que devem ser o próximo a ganhar uma chance pelo título. Há uma lista muito longa que a gente tenta coordenar para 400 atletas e fazer shows no mundo inteiro.

Sobre o que realmente acontece por trás dos panos no UFC:

Isso é totalmente verdade. Se isso acontece no futebol, que é o maior esporte do mundo, aqui vocês sabem de 1% (risos). Vocês me veem sempre e sabem que eu amo isso e que eu não queria fazer nada além disso, mas quando as pessoas me veem, elas falam que eu tenho o emprego dos sonhos (risos). Calma, cara. É um trabalho. Não é tão glamoroso quanto parece.

Sobre o potencial do Brasil no MMA:

O Brasil é uma mina de ouro de talentos. A chave para o esporte é ter muito talento. Quando você fala de marketing, o Brasil é grande, a economia está indo bem, todos os grandes eventos esportivo estão indo para lá e você tem uma mina de ouro de talento. Os melhores caras do mundo são de lá. Não os melhores em suas categorias, mas peso por peso, são os melhores do mundo. Há uma lista extensa vindo de lá.

Sobre a falta de estrutura das academias no Brasil:

O quanto mais rápido crescer a popularidade do esporte no Brasil, mais fácil vai ficar. Olha quantos caras deixaram o Brasil nos últimos 20 anos para viajar para outros lugares no mundo para ensinar Jiu-Jitsu, abrir escolas e fazer todas essas coisas. O lugar onde isso tudo começou do Brazilian Jiu-Jitsu e do MMA é lá e agora estão todos voltando para o Brasil. Você vai começar a ver essas academias, sejam elas para treinar lutadores, pessoas como vocês que querem ficar em forma e se sentir bem ou até academias para manter as crianças fora das ruas. Você vai ver isso em todo lugar nos próximos cinco anos. Vai ser uma loucura.

Marque as minhas palavras: vai ser enorme. Em todo lugar que você for, toda vez que a gente vai lá e fala que vai ter um evento tem uma explosão. As escolar começam a surgir e a realidade é que essa é a nova arte marcial. Quantas pessoas realmente podem jogar futebol no Brasil? Quantas crianças chegam a times e viram jogadores profissionais? Não muitos, certo? Mas vão ser muitas as crianças que vão entrar nas artes marciais e fazer dinheiro. É uma das coisas que estamos falando sobre. Fizemos uma grande luta ontem com um dos nossos caras e todo mundo quer apontar para onde o dinheiro vai. No sábado, tem caras que só lutam uma vez por ano e você vê toda essa bolha de mídia em cima deles para ver um lutando contra o outro. A gente está fazendo uns 40 eventos por ano e o dinheiro se espalhou. Estamos fazendo 14 pay-per-views por ano.